sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O futuro do profissional de Comunicação


É difícil prever o presente, quem dirá o futuro. Mas algo é certo: hoje, qualquer profissão exige um perfil mais dinâmico, multidisciplinar e sustentável. Dinâmico para lidar com as intensas mudanças do meio corporativo; multidisciplinar para transitar com facilidade entre as diversas áreas de um organismo empresarial e; sustentável para não esquecer os stakeholders mais importantes, que influenciam diretamente a reputação da marca – economia, sociedade e meio ambiente.

Ser um funcionário que pense e aja além de suas responsabilidades e um gestor que valorize e reconheça as pessoas em detrimento dos resultados não é mais desejável, é exigível. Com o comunicólogo não é diferente. Pelo contrário. Somos ouvintes. E, como bons espectadores dessa teia global, temos que estar à frente das necessidades corporativas. Portanto, a palavra-chave é planejamento. Comunicação improvisada gera ruído. Comunicação planejada gera resultado.  

Aliar formação acadêmica com experiência é recomendável. Conhecimento nunca é demais. E nada melhor que praticar para entender bem um conceito. Os profissionais do futuro fazem parte de chamada geração Y, os rebentos da década de 80. Para nós, estabilidade e carreira sólida numa única empresa é “coisa do passado”. Temos sede por desafio. Temos fome por reconhecimento. E não medimos esforços para alcançar status rapidamente.

Muitas empresas se questionam sobre o que devem fazer para nos “conquistar” e “reter”. Gerar um ambiente fértil em que possamos prosperar para os lados em vez de somente crescer para o alto já é um bom começo. O Joãozinho do pé de feijão já não olha mais para o céu... ele olha para o universo. Não há limite para nós. Mas não podemos esquecer os ensinamentos das gerações anteriores. Compartilhar. Outra palavra que não pode faltar no nosso dicionário. #ficaadica

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Maior Erro das Empresas nas Mídias Sociais

Por Mauro Segura

Semanas atrás, numa reunião com um cliente, surgiu a pergunta: qual é o maior erro que as empresas comentem ao entrarem no mundo das mídias sociais? Entramos num debate e montamos uma lista de possíveis erros que as empresas normalmente cometem, mas eu tenho a ousadia de dar a minha opinião pessoal aqui neste post.

O estudo chamado "Mídias sociais nas empresas – O relacionamento online com o mercado”, conduzido pela Deloitte e publicado neste ano, mostrou que
é o departamento de Marketing que comanda as iniciativas em mídias sociais em 73% das empresas pesquisadas. Ou seja, a grande maioria das empresas avalia as mídias sociais como um potencial canal de vendas. Eu até acredito que isso seja verdade, mas o grande escorregão ocorre quando as empresas olham o cliente apenas com o viés de consumidor. Aí o problema começa.

As empresas falham pois esquecem que cada indivíduo da sociedade tem múltiplas dimensões, desempenhando papéis diferentes no dia a dia, minuto a minuto. Nas redes sociais estes comportamentos individuais ficam ainda mais evidentes. As pessoas desempenham papéis de consumidor, de contestador, de concorrente, de colaborador, de influenciador, de gerador de ideias, etc, etc, etc.

A maioria das empresas se lança em projetos de mídias sociais para falar com o consumidor, com o objetivo de vendas, e descobre que por trás dele existe uma pessoa multifacetada, que deseja falar com a empresa para reclamar de um serviço, dar uma ideia de um novo produto, se relacionar institucionalmente por ser acionista da empresa, pedir mais informações, etc. É neste momento, tristemente, que as empresas descobrem que as mídias sociais não são apenas um mero canal de vendas e muitas se enrolam para atender essa sociedade que clama por relacionamento e interatividade. Ou seja, na maioria das iniciativas de mídias sociais, as empresas querem falar e esperam que os clientes queiram ouvir, mas na verdade os clientes também querem falar e serem ouvidos. A conclusão é simples: em projetos de mídias sociais todos falam e todos escutam... ao mesmo tempo. O problema é que os departamentos de marketing e comunicação das empresas estão acostumados a só falar. É assim que funciona a publicidade tradicional, o relacionamento com a imprensa através do velho press-release, o marketing direto, etc, etc.
As empresas precisam acordar e repensar as suas iniciativas de marketing e comunicação.

Mas o maior erro das empresas nas mídias sociais não é tratar o cliente com a visão única de consumidor. Esse é um erro e tanto, mas eu acho que tem um pior.
A maior miopia das empresas é não enxergar as mídias sociais como a mais poderosa ferramenta para transformação e colaboração de sua força de trabalho. Infelizmente, a maioria das empresas ainda olha mais para fora do que para dentro, e não descobre que o real potencial de crescimento de seus negócios está lá dentro, na mente, no coração e na capacidade de seus funcionários. Eles estão doidos para falar, para participar das decisões da empresa e para colaborar, só precisam de uma oportunidade.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

How to Develop a Communications Plan

What is a communication plan? When should it be developed? Where does the information in the plan come from? How do you write one, and why should you bother?
Overworked and underfunded communicators (Are there any other kind?) have a right to ask whether the work involved in developing a plan is worth it. The answer is yes because a written communication plan will
  • give your day-to-day work a focus,
  • help you set priorities,
  • provide you with a sense of order and control,
  • help get the chief staff executive and staff to support your program,
  • protect you against last-minute, seat-of-the-pants demands from staff and members, and
  • prevent you from feeling overwhelmed, offering instead peace of mind.

What Is a Communication Plan?

A communication plan is a written document that describes
  • what you want to accomplish with your association communications (your objectives),
  • ways in which those objectives can be accomplished (your goals or program of work),
  • to whom your association communications will be addressed (your audiences),
  • how you will accomplish your objectives (the tools and timetable), and
  • how you will measure the results of your program (evaluation).
Communications include all written, spoken, and electronic interaction with association audiences. A communication plan encompasses objectives, goals, and tools for all communications, including but not limited to:
  • periodic print publications;
  • online communications;
  • meeting and conference materials;
  • media relations and public relations materials;
  • marketing and sales tools;
  • legal and legislative documents;
  • incoming communications, including reception procedures and voice mail content;
  • committee and board communiques;
  • corporate identity materials, including letterhead, logo, and envelopes;
  • surveys;
  • certificates and awards;
  • annual reports;
  • signage;
  • speeches; and
  • invoices.

When to Develop the Plan

The best time to develop your plan is in conjunction with your annual budgeting or organizational planning process.

Where to Get Information

Grist for the plan generally comes from five sources:
  1. your association mission statement,
  2. a communication audit,
  3. membership surveys and focus groups,
  4. committee and leadership input, and
  5. discussions with other staff and departments.

How to Develop the Plan

Take the following steps to develop an effective communication plan:
Conduct a research-communication audit. Evaluate your current communications. Some associations hire firms to do this, but the price for the objectivity of an outside auditor can be high. To conduct your own audit, find out
  • what every staff person is doing in the way of communication,
  • what each communication activity is designed to achieve, and
  • how effective each activity is.
To get the answers you need,
  • brainstorm with communication staff,
  • talk to other departments,
  • interview the chief staff executive,
  • interview the board,
  • talk to communication committee members,
  • survey the membership,
  • host focus groups, and
  • query nonmembers.
Define objectives. Armed with information from your audit, define your overall communication objectives-the results you want to achieve. These might include
  • excellent service to members,
  • member loyalty,
  • centralization of the communication effort,
  • increased employee teamwork,
  • improved product delivery,
  • visibility for the association and the industry or profession it represents, and
  • influence on government, media, consumers, and other audiences.
Define audiences. List all the audiences that your association might contact, attempt to influence, or serve. Included on your list may be
  • members;
  • nonmembers;
  • consumers;
  • related associations;
  • adversarial associations;
  • educators;
  • federal, regional, and local governments;
  • related industries; and
  • the media.
Define goals. With stated objectives, and considering available human and financial resources, define goals-in other words, a program of work for each objective. Goals include general programs, products, or services that you will use to achieve stated objectives. For example, if the objective is to improve member service, goals might include improved training for the member-service function, special communications directed at first-time members, a reference manual for handling complaints, and ongoing information for members.
Identify tools. Decide what tools will be used to accomplish stated goals. These tools can be anything from a simple flyer to a glossy magazine. Don't overlook less obvious tools such as posters, report covers, Rolodex cards, and Web sites. Brainstorm ideas with your staff.
Establish a timetable. Once objectives, goals, audiences, and tools have been identified, quantify the results in a calendar grid that outlines roughly what projects will be accomplished and when. Separate objectives into logical time periods (monthly, weekly, etc.).
Evaluate the result. Build into your plan a method for measuring results. Your evaluation might take the form of
  • a monthly report on work in progress,
  • formalized department reports for presentation at staff meetings,
  • periodic briefings of the chief staff executive and the department heads, and
  • a year-end summary for the annual report.
Developing a written communication plan will take effort. Plan on three or four days the first time you do it. Once in place, the written plan will smooth your job all year long, earn you respect from the CEO and other staff, help set work priorities, protect you from last-minute demands, and bring a semblance of order to your chaotic job. 

Fonte: http://www.hieran.com/comet/howto.html 

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Exemplos de ações de empresas em mídias sociais

Ações da Nokia, Dell e Coca-Cola em mídias sociais norteiam profissionais de marketing e comunicação ainda pouco experientes no relacionamento online.

Por Daniela Machado

O sucesso de uma empresa depende também do relacionamento que ela mantém com seus clientes. Além de vender, é preciso fidelizar. E com o advento das mídias sociais a Internet tornou-se um novo espaço de aproximação entre marcas e clientes.

Através de blogs e perfis em ambientes muito frequentados como no Orkut, Twitter, Facebook e YouTube, entre outros, é possível compartilhar conteúdos, novidades, opiniões e experiências.

A presença de uma empresa na Internet reforça e dissemina os valores da marca e facilita a participação do seu público alvo, abrindo espaço para a conservação e a comunicação dirigida.

Mas não basta estar, é preciso saber estar e interagir. Um estudo divulgado este ano pela Associação Comercial de São Paulo mostrou que apenas 17% das empresas paulistanas têm cadastros ativos em mídias sociais. (Veja mais em Pequenas empresas ainda longe das redes sociais).

Estes números comprovam que é fácil criar uma conta, o difícil é mantê-la atualizada.

Quem trabalha como analista de mídias sociais precisa conjugar diversos conhecimentos, como conhecer as potencialidades e limitações dos sites de redes sociais, saber qual o perfil e as expectativas dos seus clientes, entender o que eles buscam nestes espaços, definir objetivos de comunicação nesses canais, planejar ações, ficar atento às novidades e escolher a melhor forma de interagir com o público.

Não corra do seu cliente online

A presença de uma marca nestes espaços implica estar ativo e também receptivo. Dúvidas e reclamações sobre os serviços prestados pela empresa vão surgir e, neste tipo de situação, ficar calado pode gerar um sentimento de indignação no consumidor.

A empresa pode escolher em dar o retorno publicamente ou através de contato direto via e-mail ou telefone, mas o importante é não fugir do consumidor.

Cedo ou tarde ele vai voltar à rede social e agradecer a atenção ou elogiar o seu produto. Mas se você o ignorar ele vai espalhar a sua insatisfação e isso poderá impactar nas suas vendas, pois a troca de opiniões em redes sociais influencia fortemente na decisão de compra do cliente.
 
Com a facilidade de acesso à Internet cada vez mais as pessoas pesquisam um produto ou serviço antes de ir até a loja para adquiri-lo. Acessam blogs, sites e, claro, as redes sociais para ver quais são as vantagens e desvantagens do produto.

Siga o exemplo das grandes marcas

Se a marca não é muito conhecida pode-se criar promoções e concursos para ganhar amigos/seguidores e ir investindo em conteúdo interessante sobre o seu segmento de mercado.

Se a marca é conhecida, certamente seus fãs já criaram uma comunidade no Orkut para expressar seu amor. A Coca Cola possui uma comunidade chamada “Eu Amo Coca-Cola” que possui mais de 300 mil membros.

Nesses casos uma boa saída é se relacionar com o administrador da comunidade e interagir com os participantes.

Uma ação feita pela Nokia, chamada de Nokia Guru, reúne os fãs de seus aparelhos para ajudar a empresa a responder dúvidas de usuários que se relacionam com a marca das mídias sociais.

A recompensa pelo esforço vem através de prêmios que são dados todos os meses ao participante de cada categoria que fizer o maior número de pontos. Ideias como essas não aumentam apenas o capital social da marca na Internet, mas também se reverte em satisfação dos clientes e no aumento das vendas.

O perfil da Dell no Twitter é outro exemplo de empresa sabe fidelizar seus clientes através do contato direto com seus mais de 23 mil seguidores.

A Camiseteria, empresa que vende camisetas com estampas exclusivas feitas por designers de todo o Brasil, criou um perfil no Twitter chamado SAC Camiseteria apenas para responder as dúvidas dos seus clientes.

A confiança com o cliente é construída através de respostas rápidas e do acompanhamento diário feito por um especialista no assunto. O grande erro de muitas empresas é pensar que qualquer pessoa sabe usar as redes sociais para promover uma marca.

Estar atento as novidades do mercado e contratar especialistas no assunto vai ajudar a sua empresa a se posicionar corretamente nas mídias sociais e conquistar e manter o prestígio junto aos seus consumidores.

Fonte: Webinsider





segunda-feira, 7 de junho de 2010

Social Media: mudou o comportamento. Mas e o consumo de mídia, mudou?

Por Cris Rother
 
Quando buscamos por social media encontramos, obviamente em um site de social media, a definição: “Trata-se da produção de conteúdos de forma descentralizada e sem o controle editorial de grandes grupos”. É assim que é definida pela Wikipedia. Nota-se, portanto, que só pela fonte se trata mesmo de mídia em redes sociais, já que são informações fornecidas pelos próprios usuários, disponíveis e sem vínculos com a empresa ou site, de fornecer conteúdo onde outros poderão encontrar as mais variadas formas de definições e esclarecimentos.

Percebemos vários tons, de diferentes classes na rede, vindas de: consumidores, investidores, voluntários, empregados, fãs, críticos, competidores, assim como de qualquer pessoa com acesso à internet que queira compartilhar uma opinião, o que demonstra a socialização da informação; portanto resta às empresas administrarem o que é falado delas, de forma planejada e organizada, uma vez que não há controle do que é falado, nem tampouco uma censura com relação à forma.

Podemos fatiar os diversos graus e níveis de colaboração em vários segmentos, mas notamos que todos são de alguma forma colaborativos e me perdoem se me esquecer de algum, mas conforme escrevo já devem ter mais alguns surgindo na rede.

São eles: Comunicação por meio de Blogs (Blogger e Wordpress); Microblogs (Twitter e Pownce); Redes Sociais (Orkut, Facebook, LinkedIn e MySpace); Eventos (Upcoming); Colaboração por wikis (Wikipedia); Agregadores de sites (StumbleUpon); Notícias (Digg, Reddit, EuCurti e Rec6); Opiniões (Epinions); Multimídia (Flickr, Zooomr, YouTube e Vimeo); Transmissões ao vivo (Justin.tv); Músicas/áudios (imeem, Last.fm e Jamendo) e Entretenimento (Second Life, Habbo, Miniclip.com e MMO- Massively Multiplayer Online Game - World of Warcraft).

Com essa vasta possibilidade de sites de mídia social entendemos o que atrai dois terços de toda a população global, que está online e que totalizam 1.5 bilhão de pessoas. Na América Latina são 160 milhões de usuários, segundo dados do Target Group Index América Latina.

A mídia social já é a quarta categoria online mais popular do mundo, de acordo com dados da Nielsen Online Study mar/09.

O crescimento das redes sociais ultrapassa o dos sites busca e portais e o primeiro em envolvimento, já que a média de navegação por pessoa ultrapassa atividades como sites de busca, o que torna a rede social no Brasil é o 1 º em média de tempo de navegação por pessoa, nos locais de trabalho e casa (NetView Nov/09) é de 04:12:48 em redes sociais contra 01:09:04 por sites de busca, sendo que dentro deste tempo  71% leem blogs!

Quando pensamos em métricas e ferramentas que nos possibilitam rastrear e entender as comunidades percebemos como é de fundamental o monitoramente na rede, o que torna uma estratégia essencial para poder responder às comunidades, seja de forma clara e objetiva, como uma ação de call center, como se utilizam diversas empresas brasileiras e americanas, assim como de uma forma subjetiva ou de viralização, como também são encontramos muitos clientes agindo de forma viral e contratando agências e empresas especializadas para fomentar este tipo de ação.

É bom notar que estas métricas são diferentes de outras utilizadas na mídia online, apesar de haver certa familiaridade entre elas. Começando, temos a Audiência (visitantes, pageviews, volume de reviews e comentários, número de indivíduos comentando e dispersão - links relacionados), o Engajamento (sentimento de reviews e comentários, afinidade com a marca, influência do comentarista, tempo online, favoritos, amigos e fãs, conteúdo viral distribuído e número de downloads/instalações) e há também os Insights (pedidos de compra, novos negócios, satisfação do consumidor/lealdade e eficiência de marketing).

Por exemplo, uma marca tem uma fanpage no Facebook, onde ela convida seus fãs para a pré-venda de um lançamento e conta também para os seguidores no Twitter. Isso faz os consumidores comprarem e contem para a sua rede de contatos sobre a experiência; pois o oposto também pode acontecer, de forma espontânea, mas pouco publicitária, onde uma loja faz uma promoção, eu compro e tenho uma boa experiência. Publico em minha conta no Facebook conectada à minha conta no Twitter e toda nossa rede de contatos fica sabendo da promoção, que já passou.

Ou seja: podemos ser pró-ativos e nos beneficiarmos disso ou sermos reativos e torcermos para que esta seja uma boa experiência e reflita positivamente em nossa rede de contatos.

Fica aí a dica!

Artigo publicado pela diretora executiva do IBOPE Nielsen Online, Cris Rother, no jornal Propaganda & Marketing, em 8 de fevereiro de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Burson Marsteller 2010 Global Social Media Check Up Report

Como as 100 maiores empresas do mundo usam as mídias sociais? Segundo os dados coletados pela Burston Marsteller, em seu estudo 'The Global Social Media Check-up', de 2010, das 100 maiores empresas do mundo, listadas pela Fortune: 65% usam Twitter; 54% usam Facebook; 50% usam Youtube e 33% usam blogs.

Workshop de Mídias Sociais - PUC-RIO


Uma iniciativa da Agência PUC-Rio de Inovação, em cooperação com o CNPq, o workshop Estratégias Inovadoras em Mídias Sociais fez parte de um rol de eventos propostos no Projeto “Sensibilização de Micro, Pequenos e Médios Empresários (MPMEs) para a Inovação como Estratégia Competitiva”, aprovado no Edital MCT/SETEC/CNPq nº 13/2009 - PRÓ-INOVA. 

Por Marcos Garrido

sábado, 22 de maio de 2010

Relações públicas: formadoras de redes de relacionamento

Por Carol Terra

Há tempos, um dos objetivos das relações públicas é a formação de redes de relacionamento das organizações com seus mais diversos públicos. Com as novas tecnologias baseadas na web, a formação de redes de relacionamento é incrementada, potencializada.
 
As tecnologias da comunicação e da informação vieram para ficar e para as relações públicas são um trunfo a mais no mix de instrumentos utilizados para o estabelecimento de relacionamentos entre as organizações e seus públicos. A possibilidade de agregação, conectividade, tempo real e formação de comunidades de interesses são elementos que facilitam o relacionamento entre organização e públicos de interesse.

As redes se espalharam e estão em todo o lugar: Palms, Ipods e celulares conectam todos a todo tipo de informação. Na rede que se consolida, a internet é um pólo catalisador dessa convergência. É a plataforma, o ponto de comunicação, o que permite interação mútua de formas de arquivos que migram entre todas as mídias: áudio, animação, vídeo, texto e imagem.

A internet é a mídia das mídias, tem a capacidade de reunir e oferecer conteúdo originalmente criado “por” ou “para” outras mídias como jornais, revistas, rádio, tv. O modo como ela funciona permite que a informação seja veiculada conforme a necessidade do usuário. Se a internet não vai substituir outras mídias, certamente vai modificá-las.

No entanto, não basta proporcionar uma relação com os públicos se não houver uma estratégia que permita a utilização da linguagem correta, do canal mais adequado e do momento ideal, culminando em uma comunicação dirigida eficiente.

No futuro, cada usuário terá sua rede pessoal, que se estenderá à sua residência, aos seus eletrodomésticos, ao seu carro, ao seu computador e aos seus dispositivos e telefones portáteis. É um conceito que reestrutura a percepção individual de tempo e espaço, já que possibilita um enorme controle das relações humanas e materiais na vida do usuário (PÓVOA, 2000:60). É frente a essa realidade que o profissional de RP deve pensar suas estratégias de relacionamento com seus públicos sem ser invasivo ou agressivo. 

Porém, mesmo diante desse cenário de interconexões e facilidades na rede, as relações públicas há muito já se ocupam da formação de redes. Redes de contato, de relacionamento e de interesse entre a organização e os públicos estratégicos e ligados a ela. O conceito não é novo, mas o contexto em que é citado é que vem fazendo toda a diferença. 

Diversas características estão vindo à tona com a internet: tempo real, imediatismo, instantaneidade – a Tv e o rádio já permitiam isso há tempos; formação de redes – as antigas correntes de cartas já esboçavam essa propriedade; linguagem mais simples – a fala sempre foi assim, entre outras muitas.

O que diferencia a internet é o fato de que nenhuma outra mídia conseguiu essa proeza de unir características e linguagens de todos os meios de massa com a vantagem de ser dirigida.

Em um cenário de commodities (tanto em termos de produtos, como de serviços), o que dá valor a tudo isso é a comunicação organizacional planejada e programada por um profissional competente para a tarefa.

O profissional de RP deve ser o grande gestor da web apoderando-se nas funções de monitoramento e controle da internet, escolhendo as melhores ferramentas para falar com os públicos de interesse.

Fonte: RP Bahia

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Você sabe mesmo o que é Relações Públicas?

Por Denise Monteiro

Desde meus tempos de estudante de comunicação social convivo com questionamentos sobre o que é Relações Públicas. Confesso que até o início da faculdade, também fazia confusão. Muitos anos se passaram e neste período me formei, atuei em diferentes organizações como RP e, quando voltei ao ambiente acadêmico, desta vez como professora, me deparei com o mesmo questionamento. Triste constatação, pois em meio a tantas e rápidas mudanças do mundo contemporâneo, encontrei um cenário que parecia estar parado no tempo.

Pior que isso é saber que alguns estudantes são aprovados no vestibular e iniciam o curso sem saber ao certo do que se trata a profissão. Para agravar a situação, também não sabem explicar aos pais e amigos o conteúdo da carreira que pretendem seguir. Isso é grave, pois na maioria das vezes, os pais são os patrocinadores do curso superior. O popular “paitrocínio”.

Já nos confundiram com quase tudo por causa desta desinformação. Fomos apontados como recepcionista de evento, hostess de casa noturna, festeiros etc. De vez em quando, surge algum bon vivant que precisa de um emprego dentro de alguma novela. E como ninguém sabe o que é (nem o autor), ele vira um Relações Públicas... Lembro quando trabalhei na TV Globo, tanto as recepcionistas quanto as telefonistas, toda vez que se deparavam com uma situação inédita e/ou confusa, elas encaminhavam para o departamento de RP. Acredito que a associação era “algo que não sei o que é deve ser encaminhado para o departamento que não sei o que faz”. Mas isso não era exclusividade daquela empresa, acontecia (e acontece) o mesmo nos locais onde atuam meus colegas da área. Pura ignorância, pois no Brasil esta profissão é regulamentada e é necessário diploma para exercer a atividade, seja isso bom ou não. O fato é que um bom RP precisa de boa formação.

Mas afinal, o que faz um profissional de Relações Públicas?

Para confundir ainda mais, existem inúmeras definições (nacionais e internacionais) da profissão. Por isso resumo um mix das principais: Relações Públicas é a harmonização de interesses dos diferentes públicos que envolvem uma organização.

Para entender melhor, convém dizer que entendemos por públicos, grupos como colaboradores, clientes, fornecedores, imprensa, comunidade, governo, entidades, entre outros, conforme cada instituição. Todos eles possuem seus diferentes interesses e organizá-los em prol da boa imagem corporativa é o nosso papel. Para isso usamos ferramentas da área de comunicação e marketing para desenvolvermos ações dentro de um bom planejamento. As atividades dentro deste contexto são inúmeras e podem variar desde um simples jornal de comunicação interna até o gerenciamento de uma crise de imagem de grandes proporções.

E por que pouca gente sabe o que é?

Porque somos profissionais de bastidores. Não devemos focar nosso próprio destaque. O que deve aparecer é o resultado de nosso trabalho.

Quando se tem notícia de alguma boa novidade de uma empresa como um programa de sustentabilidade, de ações com a comunidade, entre várias, normalmente há um Relações Públicas atuando em alinhamento seus públicos. As ações são percebidas e valorizadas pela opinião pública, mas os profissionais que arquitetaram a boa reputação ficam ocultos, uma vez que o objetivo principal sempre é a imagem positiva da organização e não a própria.

Porém, o mais importante é o conteúdo. A qualidade destas ações não pode ser cenográfica. Mexe-se com a cultura organizacional. Trabalhamos com conceitos, valores e ética. Nosso trabalho precisa de fato atender aos interesses dos públicos envolvidos.

Podemos sim ter destaque entre os nossos, participar de prêmios das entidades do setor, etc. Mas nosso maior prêmio sempre será o nosso resultado. E se houver alguma dúvida, ressalto que na essência, não somos manipuladores de imagem. Assim como um profissional de Recursos Humanos tem foco na sua área, cuidando dos interesses da empresa e de seus colaboradores, os profissionais de Relações Públicas pensam no que o restante da empresa não pode pensar justamente porque estão focados em seus afazeres, nos quais foram treinados para isso. Desenvolvemos e destacamos em ações os valores que já fazem parte da cultura organizacional. Cada um com o seu trabalho e todos no mesmo rumo.

Fonte: Aberje

terça-feira, 11 de maio de 2010

Otimizando Campanhas em Redes Sociais

De acordo com o relatório da Mzinga & Babson Executive Education Study, 80% dos profissionais não medem suas campanhas de marketing nas redes sociais. Isso obviamente prejudica bastante a mensuração dos efeitos destas campanhas sobre o desempenho do site uma vez que não sabemos qual foi a taxa de conversão dessa ação de marketing digital. Também fica impossível determinar o ROI de tais iniciativas. As ferramentas de web análise podem ajudar muito nisso, embora em termos de redes sociais existam algumas métricas que não podem ser determinadas de forma automatizada.

Mas, se você tem interesse em conhecer os resultados de suas ações, seguem 10 métricas que podem ser utilizadas:

1. Número de Acessos Meça os acessos de cada rede social em que você atua. Isso pode ser feito facilmente com o Google Analytics bastando para isso fazer algumas configurações na ferramenta de modo a segmentar este tipo de acesso. Se a situação for crítica, vale a pena pensar em configurar um filtro específico no Google Analytics.

2. Tempo de Engajamento – Se você tem um aplicativo no Facebook, quanto tempo as pessoas ficam no mesmo? O tempo vem aumentando? Se as pessoas acessam seu site oriundas das redes sociais, quanto tempo elas gastam nele? Mais uma vez, o Google Analytics pode lhe ajudar a medir esse comportamento quando bem calibrado e segmentado.

3. Bounce Rate (taxa de rejeição) – Os visitantes que chegam ao seu site através das redes sociais, costumam ir embora rápido (ex: caem na homepage e saem) ou navegam por mais páginas? Quando há uma taxa de rejeição alta, provavelmente as pessoas não estão encontrando facilmente aquilo que procuram. Talvez seja necessária uma revisão em seu site.

4. Interação Com o Conteúdo e TamanhoComo está a interação dos seus seguidores com o seu conteúdo? Colocam comentários, dão RT’s, Replies, etc…? O seu número de seguidores está crescendo? Essa é uma métrica que infelizmente não dá para medir pelo Google Analytics. Vale a pena desenvolver controles próprios.

5. Grau de Atividade – Quantos dos seus usuários ou seguidores são ativos e participativos – dividir os usuários ativos pelo número total de usuários – nas redes sociais em que você atua? Será que a audiência justifica o esforço? Qual o retorno real e a taxa de conversão dessas ações de marketing?

6. Taxa de Conversão – Suas conversões estão crescendo (em vendas, assinaturas ou qualquer outra coisa que você deseja medir) através de acessos vindos das redes sociais em que você atua? Um funil bem estruturado no Google Analytics pode facilmente medir esse parâmetro.

7. Menções à MarcaEstão falando bem ou mal da sua marca? Quantas menções ocorreram no período? Acompanhe o quê estão falando e em qual quantidade/frequência…

8. FidelidadeAs pessoas estão voltando ao seu site/redes? Estão compartilhando seu conteúdo?

9. Viral – As pessoas estão divulgando o seu conteúdo/links para suas próprias redes (Ex: retwitando ou repassando updates do facebook)?

10. BlogsOs blogs fazem parte das redes sociais, desde que você permita que postem comentários e interaja com seus leitores. Nesse caso, o conteúdo do seu blog está sendo compartilhado e indicado pelos seus leitores? E os blogs dos quais você participa. Verificou no Google Analytics o quanto de tráfego eles estão lhe enviando?

De acordo com os objetivos do seu negócio, escolha as métricas que mais lhe atendem.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Como divulgar em mídias sociais

Um estudo encomendado ao Instituto GlobeScan pelo programa SuperPotência, da BBC, acaba de ouvir 27 mil pessoas, de 26 países, entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010, em busca de um perfil da relação do homem do século 21 com a internet. Divulgada no início dessa semana, a pesquisa veio consolidar o que já era intuído, mas ainda pouco afirmado: a web passou do status de novidade para o de veículo indispensável à vida contemporânea. 87% dos entrevistados chegaram a alçar a rede ao patamar de direito do cidadão, sendo que no Brasil esse porcentual chegou a 91%. Segundo o diretor do instituto de pesquisa, Doug Miller, “as pessoas ao redor do mundo enxergam o acesso à internet como um direito fundamental. E acreditam que a web seja uma força positiva que não deve sofrer regulação governamental”.

Em um nível mais detalhado, a pesquisa também procurou saber as funções que as pessoas atribuíam à rede. E é justamente a este ponto que devemos ficar atentos, porque para os brasileiros, a internet é sinônimo de comunicação, sendo as redes sociais apontadas como diferenciais por 60% dos internautas, contra os 51% da média mundial. Diante desta informação, seria um desperdício não considerar o meio como grande porta para a promoção de eventos e ações. No âmbito cultural, é urgente que produtores, gestores e artistas passem a considerar a rede como ferramenta para potencializar a divulgaç
ão de seus trabalhos.

Segundo especialistas na área, o primeiro passo a dar no quesito divulgação na web seria procurar entender os mecanimos próprios do ambiente. De posse desse conhecimento, o profissional deverá traçar um planejamento que permita atuar pontualmente e com seriedade. Nessa fase, será preciso mapear o público alvo, levantando, inclusive, as redes sociais frequentadas pela faixa. Assim, será possível saber como agir em cada uma das redes para obter o melhor resultado.

Para o consultor de marketing em mídias sociais, Alexis Kauffmann, que se diz um “heavy user” de internet desde 1995, é fundamental atentar para as diferenças entre as ferramentas existentes, a fim de não incorrer no erro de agir de forma deslocada, fora do tempo de cada mídia e ainda afastar a quem se quer aproximar. “O Twitter e o Facebook, que são as febres do momento, podem ser muito úteis, mas tem perfis diferentes. O Twitter permite uma observação mais curta e objetiva, enquanto no Facebook existem recursos que podem ampliar a qualidade da divulgação, como a criação de galerias e murais. Uma estratégia para Twitter, necessariamente, tem que ser diferente de uma estratégia para Facebook”, explica.

Em termos financeiros, a internet também se apresenta como uma ótima opção para divulgação de eventos e ações, uma vez que gera um efeito cascata. “As mídias sociais permitem acesso direto ao formador de opinião, aquele que vai multiplicar a informação. Se você localiza e conquista as pessoas certas, terá sua mensagem replicada espontaneamente para milhares de pessoas, em poucas horas. Então, o custo e o esforço de marketing são reduzidos drasticamente”, diz Kauffmann.

Mas nem tudo são flores. É preciso se certificar da veracidade das informações veiculadas para evitar o famoso “telhado de vidro” e, consequentemente, as pedras que podem cair nele. Nesse sentido, agir de forma coerente e transparente é essencial na rede. Porque, se os pontos positivos de um projeto podem ser comunicados a milhares em tempo instantâneo, os negativos se disseminarão sem que se possa fazer nada para conter seu avanço.

Em suma, é importante ter um comportamento profissional. Não é porque o ambiente aparenta um perfil mais informal que existe a licença para uma falsa intimidade. Talvez um ponto-chave para a comunicação na internet esteja, justamente, na construção das relações. Como na vida real, este processo se dá aos poucos e necessita de cuidado. Para potencializar a disseminação de uma mensagem é preciso criar uma rede de interlocutores que confie no que se tem a dizer e em quem fala. A reputação na internet é um bem caro, que pode fazer a diferença entre o fracasso e o sucesso de um empreendimento. Então, vale o dito do designer americano Aaron Burns: “Você nunca tem uma segunda chance de causar uma primeira impressão”.

DICAS ­ para uma boa divulgação na internet:

1. Construção - Participe ativamente das redes e mídias sociais. Afinal, a conquista de um bom relacionamento leva tempo.

2. Conteúdo - Publique links e notícias relacionados com o tema de seu evento nas rede sociais.

3. Parceria - Ajude a divulgar eventos de amigos, seguidores e fãs. Assim, você estará cultivando uma rede de parceiros.

4. Ferramenta - Insira seu evento nos aplicativos de eventos do Facebook e do Orkut e convide seus amigos.

5. Twitter - Publique posts anunciando o evento. E faça a cobertura via Twitter.

6. Concursos - Elabore concursos no Facebook e/ou Twitter. Promova sorteios e premiações relacionados ao evento.

7. Interação - Cadastre-se na plataforma Overmundo e inclua seu evento para ser votado pelo público.

8. Mailing - Construa um mailing coerente com a sua proposta e dispare um e-mail marketing sobre o evento. Esteja atento às boas práticas de envio.

9. Comunidades - Crie tópicos sobre seu evento em comunidades ativas e relacionadas ao tema no Orkut.

10. Bom senso - O importante é ter “bom senso” com relação à quantidade de publicações e ao envio de mensagens. Evite sobrecarregar os receptores.

11. Postura - Não fique ansioso para vender sua ideia. Ninguém ama um vendedor até que decida comprar dele!

12. Um passo de cada vez - Interaja, converse, conheça as pessoas, reúna informações, ordenadamente.

13. Ajuda - Não importune as pessoas na rede, sendo insistente demais. Dê a cada um o tempo necessário para digerir suas propostas e entender como poderá te ajudar.

14. Contribua - Ofereça primeiro: informação, entretenimento, solução de questões. Depois, divulgue. Você verá que a diferença nos resultados é impressionante.

15. Diplomacia - Não entre em grandes polêmicas com outros internautas. Você não pode vencer uma discussão e perder um cliente, um amigo, um aliado.

16. Monitoramento - Acompanhe todos os resultados de suas ações, inclusive os inesperados. Aliás, os resultados inesperados costumam render ótimas oportunidades para projetos de marketing em mídia social.

Fonte: Mundo RP

terça-feira, 20 de abril de 2010

Relações de Confiança na base das Relações Públicas

Por Rodrigo Cogo

As transformações, nos cenários econômico e empresarial, estão ocorrendo cada vez mais rápidas e com impacto significativo em toda a sociedade. A competitividade das empresas sofre uma influência considerável dessas mudanças, entre outros fatores, pela própria variedade de grupos de inter-relação e pela agilidade de circulação de informações em sociedades integradas globalmente. Neste panorama, surgem alternativas para a governança das organizações, onde a gestão pela confiança é um dos mecanismos estudados.

A complexidade e as incertezas de cenário levam as organizações a buscar formatos de gerenciamento baseados num intenso diálogo e no engajamento de seus públicos de interesse, onde a construção de redes de relacionamento parte de relações humanas mais abertas e cooperativas, a partir de um planejamento que posiciona a comunicação em patamar estratégico. É uma realidade facilitada pela emergência de tecnologias da informação por meios informatizados, em especial a internet, dado seu potencial de agrupar pessoas por afinidades e dar um lastro para expressão de múltiplas vozes.

Zanini acredita que um modelo empresarial baseado na confiança é uma tentativa de prestar resposta aos desafios enfrentados pelas empresas frente às necessidades de mudança e flexibilidade organizacional em razão da alta competitividade e do desenvolvimento tecnológico acelerado. Para o professor, “a presença da confiança reduz as incertezas no presente, com base nas informações de interações passadas, sinalizando como os parceiros reagirão no futuro”. Daí que o tema requer investigação por funcionar como importante mecanismo para a redução de riscos e para a minimização de conflitos. Um dos maiores estudiosos na área, o consultor empresarial espanhol José Maria Gasalla, reitera que podemos considerá-la (a confiança) um precioso bem da empresa, um ativo potencial intangível que integra seu capital social, e também um diferencial competitivo de primeira grandeza, na medida em que proporciona aprendizagem contínua, inovação e diminuição de custos com supervisão e controles.

É interessante assinalar, até para comprovar a necessidade de coordenação do tema por profissionais de RP, que a confiança pode interferir positivamente em qualquer tipo de contrato de negócios, por ser um indicador que acaba transferido de um relacionamento para outro, de um público para outro. Como as ações dos empreendimentos e dos empreendedores estão repletas de incertezas, por uma série de questões intervenientes nem sempre no domínio direto dos gestores – como no caso das regulações impostas pelos Governos e mesmo na alteração de conduta dos cidadãos – a confiança ajuda a pensar em ganhos e benefícios a longo prazo e a manter contratos por causa das relações estabelecidas e não só por amparos legais e formais.

Ghoshal e Tanure manifestam que há dois modos muito distintos de a empresa abordar seus relacionamentos e cada um corresponde a uma filosofia muito diferente de gestão. O primeiro tipo de relacionamento é baseado no poder, passa pelo uso do poder de compra e pela capacidade de barganha. O outro tipo passa pela criação de relacionamentos em que se compartilha o destino. E então acrescentam: “esses relacionamentos são construídos com base na confiança mútua e num comprometimento com a interdependência das duas partes, exigindo capacidade de aprender e de resolver problemas juntos”.  Daí decorre a convicção de que um novo trunfo competitivo contemporâneo é a capacidade de construir, manter e alavancar relacionamentos, onde a comunicação tem papel fundamental. Os autores sentenciam que “neste novo milênio, as empresas serão julgadas pelas habilidades de potencializar suas relações com os diversos stakeholders”. Neste sentido, avulta a importância de políticas de relações públicas nesta interface e nesta busca por engajamento, através de uma comunicação integral pautada por alguns preceitos de universalidade e troca dialógica.

Não é uma comunicação pontual e instrumental, com objetivos de curto prazo desconectados de uma visão global, mas sim uma postura holística que parte do princípio de que é preciso conhecer a empresa por inteiro, seus interesses e suas necessidades e, ao mesmo tempo, antever e identificar as mudanças e a evolução de mercado, utilizando essas informações para conscientizar a própria organização e todos os públicos ligados direta ou indiretamente a ela sobre seus papéis e suas responsabilidades.

A questão é quais estratégias e táticas de relacionamento e comunicação se deve empreender para criar e manter confiança, para mover-se da desconfiança para a confiança e para superar um eventual abuso na confiança para sua recuperação. Fukuyama apresenta extenso estudo sobre o impacto da prevalência da confiança numa sociedade, a partir do potencial de inter-relação das pessoas na construção coletiva de sentidos. Solomon e Flores acrescentam que confiança é uma dinâmica, uma prática social e não um conjunto de crenças, sendo uma questão de relacionamentos recíprocos. Reiteram que “confiança é questão de tecer e manter compromissos, e o problema da confiança não é a perda da confiança, mas sim o fracasso em se cultivar o tecer de compromissos” . Com isto, ressalta-se a relevância do processo ser permeado por intensa e dialógica comunicação para poder incrementar os laços sociais e o sentimento de grupo, contemplando múltiplos interesses das partes envolvidas nas negociações e alcançando seus objetivos específicos e gerais.

Criar e manter um ambiente favorável às relações de confiança é uma opção estratégica de quem busca vantagem competitiva sustentável. Afinal, é a construção de uma competência distinta, baseada na criação de um ativo intangível. A confiança é um componente fundamental na composição da reputação corporativa, e merece atenção especial das políticas de relações públicas. Os níveis de confiança são indicadores da eficiência da cultura organizacional em promover cooperação espontânea por meio da convergência de interesses, seara direta do profissional de RP em sua função estratégica e sistêmica de gerenciar relacionamentos e conflitos.

Relações de confiança são criadas e estimuladas por meio de normas e regras, implícitas (cultivo de hábitos e valores) e explícitas (códigos escritos), onde a geração de conteúdo de maneira participativa e sua difusão é parte inicial do trabalho de RP, chegando ao processo de reciprocidade: ao confiarem mais umas nas outras, as pessoas passam a adotar o mesmo comportamento em uma série de situações e contribuir com seus melhores esforços. A existência de relações de confiança gera alguns elementos, como percepção de integridade e consistência, disposição à comunicação aberta e transparente, compartilhamento de informações, redução de conflitos, abertura para transferência de conhecimento e crença no futuro, apesar da emergência de incertezas. Conquistar a estima, o respeito e a confiança sempre estiverem entre os preceitos básicos de RP, interligando e fazendo perceber um grupo a outro, trabalhando para a construção de um laço afetivo forte entre todos.

Ora, se reputações pessoais são criadas através de interações ao longo da vida, envolvendo investimentos consecutivos de confiança, não é diferente no universo organizacional, onde confiança muitas vezes se traduz ou concretiza pelo senso de justiça e por uma alta capacidade de adaptação a mudanças, influindo, portanto, na sustentabilidade do negócio. Em todo o sistema, é vital a aplicação da perspectiva de RP como promotor do engajamento e da percepção coletiva e colaborativa, voltado à conciliação de interesses tendo como essência o bem comum.

Fonte: Aberje